Notícias do Porto… o Espaço Ilimitado, núcleo de difusão cultural da associação Instituto Antimatéria, inaugurará amanhã à tarde a instalação intitulada: "Um possível retrato do que somos, ou no que nos tornamos", do artista plástico bracarense Fernando Almeida.
Baseando-se no uso da habitação como representação do perfil das sociedades que as habitam, Fernando Almeida procura denunciar com esta instalação a crescente precariedade reinante na sociedade actual, a qual, segundo as suas próprias palavras, é como uma "metáfora do esclavagismo auto infligido de todos nós, da nossa constante desculpabilização em relação ao mundo". Referindo-se às políticas "amordaçantes" e às religiões castradoras da espontaneidade do indivíduo, Almeida coloca a habitação e a construção arquitectónica a um nível privilegiado, já que, segundo afirma, "a habitação não tem direito a máscara", pois trata-se de um "espelho" ou de "um retrato fiel do indivíduo e da comunidade em que se insere".
Perante a ausência de informação gráfica que ilustre a instalação que este artista inaugurará amanhã, resta-nos esperar para ver o que o Espaço Ilimitado tem preparado para os seus visitantes e ficar, entretanto, com as seguintes palavras do artista:
"As casas demolidas e as pessoas despejadas sem um tecto, as portas e janelas fechadas a tijolo, o envelhecimento das cidades e seu abandono, as casas de cartão e as casas de tecto de ponte, as estrelas o barulho, o direito universal a um tecto... o retrato do que somos ou no que nos tornamos."
Fernando Almeida, nascido em Braga em 1984, vive e trabalha actualmente na cidade do Porto. Licenciado em Artes Plásticas pela Universidade do Porto, desde 2006 que acumula no seu currículo mais de 20 participações em projectos expositivos nacionais e internacionais.
A exposição, comissariada por João Baeta, estará patente na Rua de Cedofeita, 187 1º do Porto até 11 de Fevereiro de 2012.
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